Este texto tem alguns meses e eu nunca continuei ele. Ele é parte da história do Raphael, do Prólogo postado um pouco atrás. Digamos uma "cena dos próximos capítulos".
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As lágrimas dele caiam tão pesadas sobre seus ombros que ela tinha a impressão de que cada gota daquelas era capaz de erodir anos de história. A vida inteira dele fora acertada. Assim parecia quando os pequenos erros eram esquecidos - eles eram pequenos justamente por esta propriedade. No amor se aventurou pouco, pois acertara muito cedo e a maior parte de sua vida amorosamente ativa foi ao lado de Anaris. Sim, teve uma vida tão feliz quanto era possível. Agora não tinha mais nada.
- Raphael, essas mudanças vêem para todos. Até para ela.
- Eu sei. - disse resignado - Não me importa mais. Digo, não faz mais diferença. Não choro por ela. Choro pelos sonhos enterrados e nunca realizados. É próprio dos homens matar os sonhos, não é? - Narin conhecia aquele tom de tristeza irônica. Não que aquilo fosse inédito, mas justo nele que há não mais de três estações cantava a vida e atraia sorrisos de inveja, apenas pela sua felicidade. Um felicidade indolente, mas ainda assim felicidade.
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